Texto por Revista de Normas – As tintas são uma mistura de pigmentos e aglutinantes geralmente disponíveis no estado líquido. As tintas formam um filme sólido quando aplicadas sobre uma superfície.
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Este filme protege a superfície de muitos perigos, como corrosão, intemperismo, ataques químicos, etc. As estruturas de madeira ou metal podem prolongar sua vida útil quando revestidas com tintas. As tintas de proteção também fornecem aparências estéticas às superfícies. Assim, as tintas desempenham um papel importante em obras e projetos de construção.
A maioria das tintas é composta de três partes principais: um pigmento/corante, um aglutinante para ajudar a aplicar a tinta e grudar na superfície e um solvente/transportador para manter a tinta líquida. Outros compostos como estabilizadores, surfactantes e espessantes também podem ser adicionados.
Uma vez aplicada a tinta, o solvente evapora e deixa os componentes sólidos na superfície. Os solventes são os maiores contribuintes para o nível de compostos orgânicos voláteis (COV) nas tintas.
Eles são produtos químicos com altas pressões de vapor à temperatura ambiente, o que significa que eles entram facilmente em sua forma gasosa e se dissipam no ar circundante. O cheiro associado a muitas tintas é devido ao seu teor de COV. Nem todos são prejudiciais, mas certos COV podem contribuir para dores de cabeça, tontura, exacerbação da asma, irritação dos olhos, nariz e garganta e, se a exposição for prolongada, danos nos órgãos ou câncer. Os COV também contribuem para a poluição atmosférica e o ozônio no nível do solo.
Felizmente, existem muitos produtos com baixo ou nenhum COV no mercado e uma opção são revestimentos naturais feitos de argila, cal, óleo de linhaça, giz, proteína do leite, corantes vegetais ou minerais, látex natural ou qualquer número de outros materiais naturais. Antes de comprar, verifique se essas tintas são compostas apenas por ingredientes não tóxicos e se não contêm óleos essenciais que podem agravar as sensibilidades químicas. As tintas e revestimentos fabricados com baixo COV também estão se tornando cada vez mais comuns. Normalmente, esses revestimentos são à base de água, em vez de conter solventes orgânicos.
A NBR 14940 de 09/2018 – Tintas para construção civil — Método para avaliação de desempenho de tintas para edificações não industriais — Determinação da resistência à abrasão úmida estabelece o método para determinação da resistência à abrasão úmida em película seca de tinta, visando avaliar o desempenho de tintas para edificações não industriais, classificadas conforme a NBR 11702. Este método não descreve os possíveis problemas de segurança, saúde e higiene do trabalho associados à sua execução. É responsabilidade do usuário estabelecer as condições adequadas de trabalho para a execução do ensaio respectivo sem qualquer tipo de risco.
Recomenda-se que o executor deste ensaio tenha treinamento adequado. A confiabilidade dos resultados obtidos na execução deste ensaio depende das boas práticas experimentais, principalmente no que se refere ao treinamento do usuário, ao bom estado dos equipamentos e à calibração dos padrões utilizados.
Para a aparelhagem de ensaio, deve-se incluir uma máquina para lavabilidade (ver figura abaixo), que deve ser nivelada antes do uso e operada a (37 ± 1) ciclos/min. Antes de cada ensaio, conferir se a correia do motor e o cabo que prende a escova estão em ordem. Uma escova de náilon com altura de cerdas de (18,0 ± 0,2) mm, e suporte para escova com calço de borracha de dimensões aproximadas de 90 mm × 40 mm × 3 mm, com massa total de (454 ± 5) g (se necessário, utilizar contrapeso). Outras características de escova de náilon são apresentadas no Anexo A.
As cerdas devem estar niveladas antes do uso para permitir um desgaste uniforme sobre a superfície da tinta. O nivelamento das cerdas da escova é feito com o movimento dela sobre uma lixa de óxido de alumínio nº 100/120 ou sobre uma tela de esmeril colocada na extensão da placa de vidro na máquina de lavabilidade. Usar sempre lixa ou tela de esmeril novas.
O número total de ciclos necessários para nivelar as cerdas da escova pode variar de 1.000 a 5.000. Substituir a escova quando atingir 100.000 ciclos de uso ou dois anos, o que ocorrer primeiro. Um pHmetro, viscosímetro Stormer, picnômetro de metal de 100 mL, extensor de barra com abertura de (175 ± 3) μm e (150 ± 3) mm de área útil, balança semianalítica com precisão de 0,01 g, dispersor tipo Cowles e peneira de análise granulométrica com abertura de 38 μm, malha 400 mesh e caixilho de aço inoxidável 8’ × 2’.
Para a preparação dos corpos de prova, limpar a superfície da placa de vidro e ambos os lados da placa de PVC, com o pano embebido em álcool, a fim de eliminar qualquer impureza. Colocar a placa de PVC sobre a placa de vidro, prendendo um dos lados com fita adesiva. Homogeneizar a tinta e estendê-la sobre a placa de PVC, utilizando o extensor no sentido longitudinal da placa, com tempo de extensão de 5 s a 8 s.
Deixar secar por sete dias em ambiente com troca de ar à temperatura de (25 ± 2) °C e umidade relativa de (60 ± 5) %, sobre uma superfície nivelada. Apresentar registros a cada 30 min, em 24 h. É aceitável que cinco desses registros estejam fora da tolerância especificada, porém dentro das faixas propostas a seguir: umidade 50 % a 70 % e de temperatura 21 °C a 29 °C.
Caso este critério não seja atendido, a amostra com ensaio em andamento é descartada. O resultado deve ser expresso em número de ciclos necessários para a obtenção de um desgaste na forma de uma linha contínua paralela ao sentido da escovação (na largura do ressalto) sobre o ressalto na película de tinta.
Um ciclo corresponde a uma ida e volta da escova. Calcular a média dos resultados obtidos e desconsiderar o ensaio cujo resultado seja diferente de 25 % da média. Neste caso, considerar a média dos outros dois resultados. No caso de um dos dois resultados ainda ser diferente da nova média, em um valor superior a 25 %, desconsiderar este ensaio e realizar outro. O relatório de ensaio deve conter as seguintes informações: identificação dos produtos utilizados; resultados individuais e média em número de ciclos conforme 7.1, 7.3 ou 7.4; e referência a esta Norma.
Pode-se acrescentar que os serviços de pintura de edificações não industriais, tanto para empreendimentos novos quanto para manutenção de edificações já em uso, não raro são executados por empresas de pequeno porte. O acordo entre as partes deve ser formalizado por meio de contrato de prestação de serviços, em que devem ser indicados itens como prazos de entrega e as especificações mais importantes dos materiais a serem utilizados, como o padrão das tintas.
O termo de contratação também deve indicar com clareza as áreas da edificação que serão pintadas, assim como detalhes sobre a pintura. Ou seja, cor, tipo e padrão de tinta, acabamento etc. Como é relativamente comum que prédios tenham cores diferentes em uma mesma face da fachada, isso deve ser claramente especificado para a empresa contratada.
Além disso, tintas e demais materiais envolvidos no processo de pintura são classificados por tipo e têm qualidade e desempenho diversos entre si. Dessa maneira, tais características devem ser acertadas antes da execução.
Em conjunto com a pintura de um edifício novo, há serviços que podem e, conforme o resultado desejado, devem ser realizados antes da aplicação da tinta em si. Em uma obra nova, quando é feita a primeira pintura, o substrato é novo e precisa ser tratado por sistema de pintura específico.
Para áreas internas, podem ser usados qualquer dos três tipos existentes de tinta, que variam conforme o desempenho: premium, standard e econômico. No caso do econômico, o acabamento é sempre fosco. No standard ou premium, pode ser fosco, acetinado ou semibrilho. A tinta padrão econômico só pode ser usada em áreas internas. Também depende de especificação do contratante o tipo de acabamento desejado.
Para garantir todos os benefícios que as tintas podem proporcionar, o consumidor precisa ter a certeza de que está adquirindo materiais fabricados em conformidade com as normas técnicas. Por isso, é importante optar pelas marcas que integram o Programa Setorial da Qualidade – Tintas Imobiliárias — da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati).
A pintura das fachadas é bastante semelhante à de superfícies internas. Antes de iniciar a aplicação, a preparação do substrato é realizada por meio da correção de imperfeições e retirada de impurezas. Mofo, pó, manchas de gordura ou umidade são outros problemas que devem ser tratados previamente, pois têm potencial de comprometer o resultado final. Partes soltas de reboco ou de pintura velha também merecem atenção.
Geralmente, as embalagens trazem instruções sobre a correta diluição, a quantidade de demãos a ser aplicada e o tempo necessário para secagem. Depois de pronta, a pintura precisa ser renovada com uma frequência determinada por diferentes fatores, como a intensidade das intempéries que atingem a superfície e a qualidade do produto aplicado.
Fonte original do texto: Revista de Normas
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