Notícia por Diário do Comercio – A produção industrial do Brasil contrariou as expectativas e subiu em fevereiro pelo segundo mês seguido, embora alguns segmentos possam já dar os primeiros sinais das consequências da pandemia de coronavírus.
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Em fevereiro, a produção industrial brasileira aumentou 0,5% em relação ao mês anterior, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado segue-se à alta revisada para cima de 1,2% em janeiro, contra 0,9% informado antes, e foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,4%.
Nos dois primeiros meses do ano, a indústria acumulou alta de 1,6% na produção sobre o bimestre anterior, mas isso ainda foi insuficiente para recuperar as perdas de 2,5% nos dois últimos meses de 2019.
“A indústria ensaiava algo melhor em seu comportamento sem dúvida. Esse cenário todo foi desconstruído já por conta do Covid-19 que já teve primeiros sinais de impacto em fevereiro”, afirmou o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.
“(Impacto) ainda marginal, mas que deve se intensificar a partir de março com férias coletivas, paradas, menor demanda e isolamento social.”
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve queda de 0,4% na produção da indústria, ante expectativa de recuo de 2,5%.
Entre as categorias econômicas, Bens de Capital, uma medida de investimento, teve o maior ganho de produção, de 1,2% sobre janeiro. A fabricação de Bens Intermediários aumentou 0,5%, enquanto a de Bens de Consumo caiu 0,6%.
Os ramos pesquisados mostraram que houve aumento em 15 dos 26 pesquisados, sendo que as principais influências positivas partiram de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,7%) e outros produtos químicos (2,6%).
“Automóveis e caminhões ajudam a explicar esse resultado no começo do ano, depois da perda do ano passado. Houve férias coletivas em novembro e dezembro, e com a volta da produção nos primeiros meses de 2020, é natural que representem impulso de crescimento”, explicou Macedo.
Por outro lado, apresentaram perdas, entre outros, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-5,8%).
De acordo com Macedo, a queda da produção na informática já teve influência das paralisações provocadas pela pandemia do novo coronavírus.
“O grupamento já sofreu impacto do coronavírus porque depende de insumos que vêm da China, e em fevereiro a China tinha problemas com isolamento social e fechamento de fábricas. Isso pode ter impactado nossas fábricas aqui no Brasil”, disse. (Reuters)
Fonte original da notícia: Diário do Comercio
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